O Convento das Servas de Borba: A água como necessidade, disputa e engenho

Artigo de Conferência



Autor Filipe, Carlos
Autor Lopes, João Pires
Resumo O presente artigo surge no contexto de um projeto de investigação a decorrer sobre o tema do Património e História da Indústria dos Mármores (PHIM). Durante a pesquisa de fontes documentais no Arquivo Distrital de Évora, deparámo-nos com um conjunto de documentação do século xvii referente à disputa de uma nascente de água entre o Real Convento de Nossa Senhora das Servas de Borba e a Casa de Bragança. A nascente de água, descoberta no contexto de uma lavra de uma pedreira mármore, existente a norte da antiga vila de Borba, foi logo aproveitada pelas freiras clarissas, devido à carência de água que se fazia notar no interior da sua clausura. Confrontadas com a descoberta da água, as clarissas de Borba procuraram adquirir o terreno onde estava localizada a nascente e conduzir a água por meio de um aqueduto subterrâneo para o claustro. No decorrer do processo, houve uma intervenção por parte da Casa de Bragança, receosa de que a nova nascente viesse a perturbar o caudal das restantes nascentes que faziam mover as suas moagens, mandando embargar a obra. Este problema do foro das relações entre o poder político e administrativo e a ordem religiosa encontra-se descrito na documentação inédita que agora apresentamos, revelando-nos dados muito interessantes e que abrangem várias áreas da História (desde o estudo da hidráulica, até ao estudo das relações institucionais). Neste artigo, evidenciamos a importância histórica daquele lugar monástico, apresentando a documentação relativa a esse processo, bem como o resultado dos vestígios arqueológicos identificados, possíveis de interpretar para a definição de uma política de salvaguarda do conjunto de elementos da arquitetura hidráulica ali existentes.
Data 2021
Nome da Conferência II Congresso internacional "A Hidráulica em edifícios Monumentais"
Editor Câmara Municipal de Odivelas
Páginas 103 - 124
Língua PT

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